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Natureza, Ambiente e Meio Ambiente: três conceitos importantes que moldam nossa relação com o mundo e com a espiritualidade

  • Foto do escritor: Lorena Dobre
    Lorena Dobre
  • 11 de mar.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 11 de mar.


Se você chegou até aqui, é porque entende que existe alguma importância em falar sobre temas ambientais e a sua relação com a espiritualidade, porém, muito provavelmente você não saiba que existem diferenças nos conceitos de natureza, ambiente e meio ambiente. Acertei? Bom, no meu caso, só aprendi e compreendi durante a faculdade de Ciências Ambientais em uma disciplina chamada “Economia e Meio Ambiente”, que também será tema de um próximo post aqui no blog.

 

E por que é importante diferenciar esses conceitos?

 

Cada conceito tem um significado indispensável para como você enxerga o mundo e, consequentemente, se relaciona com ele e com a espiritualidade. Compreender esses conceitos é uma forma de despertar a sua consciência e contribuir para um mundo e uma vida mais equilibrada e saudável, bem como de se desenvolver espiritualmente.

 

Muito provavelmente você, quando leu o título deste texto, associou os termos “natureza” e “meio ambiente” como sendo a mesma coisa, talvez até o termo “ambiente”. Correto? Isso acontece porque é muito comum utilizarem essas palavras como sinônimos em campanhas públicas e de empresas privadas sobre Educação Ambiental, te conduzindo, inconscientemente, a formar uma ideia de conceito semelhante para ambas.

 

Richard Dulley em seu artigo “Noção de natureza, ambiente, meio ambiente, recursos ambientais e recursos naturais” buscou resgatar diversos pensamentos científicos sobre esses termos e conseguiu encontrar uma diferença, esquematizada pela figura abaixo:


Fonte: Dulley (2004)
Fonte: Dulley (2004)

De acordo com as suas interpretações é possível entender que “natureza” se refere ao mundo natural, cujo ser humano, as plantas, os animais, os rios, as montanhas, os fenômenos climáticos, entre muitos outros elementos e fenômenos, fazem parte e existem. Ela se apresenta como o cenário original e imutável da vida, mas nossa percepção sobre ela muda com o tempo e com as diferentes culturas.

 

O ser humano, como parte dessa natureza e dotado de uma capacidade de pensar, interpretar e raciocinar sobre ela, ainda assim não é capaz de compreendê-la em sua totalidade, já que ela é viva, complexa e vai além de sua capacidade de conhecer, enxergar e tocar. Ela ultrapassa sua própria existência, visto que, ainda que o homem não existisse, a natureza continuaria a existir, pois ela é o ponto de partida para todas as formas de vida, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.

 

O “meio ambiente”, por sua vez, representa uma parte da natureza que é necessária para a sobrevivência de uma determinada espécie, seja ela animal ou vegetal. Cada ser vivo possui elementos, fenômenos e cadeias alimentares e reprodutivas que influenciam ou são necessárias para a sua existência e sobrevivência, sendo o ser humano um desses seres vivos.

 

Deste modo, o “meio ambiente” do ser humano pode variar conforme cada indivíduo e cada local onde ele se encontra. Um homem que vive em regiões desérticas, por exemplo, tem necessidades de sobrevivência diferentes de um homem que vive em uma cidade ou em uma floresta, assim como um homem que possuí uma doença respiratória, possui necessidades diferentes daquele que não possuí. Este conceito, portanto, está associado ao que afeta diretamente uma espécie.

 

Como o ser humano possui conhecimento sobre os “meio ambientes” de outros seres vivos, ele também é capaz de raciocinar de forma ampla e entender o conceito de “ambiente”, que nada mais é do que o conjunto de “meio ambientes” existentes que permitem a existência da vida e o equilíbrio ecológico necessários para a sua própria sobrevivência e a sobrevivência de outras espécies conhecidas pelo homem.

 

É importante destacar que os conceitos de “meio ambiente” e “ambiente” se limitam ao que o ser humano é capaz de entender ou imaginar assim como de modificar, já “natureza” não tem limites, representam algo 100% natural, mutável, que independe da existência de qualquer ser vivo existir. Por isso, ao reconhecer que a natureza é mais ampla do que apenas os espaços que ocupamos, podemos passar a respeitar não só nosso meio ambiente, mas também os diversos meios 'ambientes que sustentam outras formas de vida.

 

Compreender as diferenças apresentadas acima é o primeiro passo para uma convivência mais harmoniosa com o planeta, pois nos permite perceber que nossas escolhas impactam não só o espaço onde vivemos, mas toda a rede de vida que compõe o mundo natural. Ir contra ao que é de fato extremamente necessário para a nossa sobrevivência na Terra, é ir contra o equilíbrio da natureza, que sempre encontra um jeito de se reequilibrar, mesmo que isso signifique comprometer a sobrevivência de alguma espécie.

 

Convido você agora para refletir sobre esses conceitos e sobre suas ações em relação ao seu meio ambiente, ao meio ambiente de outras espécies e a natureza. Você tem se preocupado somente com o seu espaço e as suas necessidades ou tem tratado com respeito o espaço e as necessidades de outros seres vivos? Acredita que pode fazer mais em respeito a natureza? Quer fazer mais, mas não sabe como?

 

Aprofunde também essa reflexão pensando na espiritualidade. A nossa relação com a natureza vai além do que é físico. Cada cuidado com o nosso meio ambiente e de outros seres vivos é um gesto de amor e gratidão pela vida, reconhecendo que a Terra é um lugar sagrado onde toda forma de vida se reúne. Ao cuidar do meio ambiente, estamos nos conectando com uma parte da natureza, que nos nutre não só fisicamente, mas espiritualmente também.

 

Deixe aqui nos comentários suas reflexões e o que você gostaria de aprender mais sobre natureza, meio ambiente, ambiente e espiritualidade.


Referência:

Dulley, R. D. Noção de Natureza, Ambiente, Meio Ambiente, Recursos Ambientais e Recursos Naturais. Agric. São Paulo: São Paulo, v. 51, n. 2, p. 15-26, 2004. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/publicacoes/pdf/asp-2-04-2.pdf. Acesso em: 11 mar. 2025.



Escrito por Lorena Dobre em 11 de março de 2025.



 
 
 

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